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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Diversifique os procedimentos no trabalho com os adolescentes


Confira a segunda e última parte do artigo sobre como proceder no trabalho de ensino com os adolescentes.

1) Permita-lhes que participem ativamente do processo de ensino-aprendizagem
Todo ensino deve ser dinâmico e toda aprendizagem não pode deixar de ser ativa, pois ela se realiza somente pelo esforço pessoal do aluno. O professor deve solicitar, quer no início, quer no decurso de qualquer aula, a opinião, a colaboração, a iniciativa e o trabalho do próprio aluno.

Algumas atitudes dos professores desmotivam a participação dos alunos:
a) O professor faz todo o trabalho em casa, e apenas os resultados, são apresentados em sala de aula.
b) O professor cobra dos alunos o aprendizado de todos os conceitos e fatos expostos em sala de aula.
c) O professor não discute com os alunos os problemas do cotidiano, valorizando apenas o conteúdo determinado pelo programa de ensino.

2) Utilize a maior variedade possível de técnicas didáticas
Lance mão das principais técnicas didáticas disponíveis para facilitar a aprendizagem e dinamizar suas aulas, tais como: debates, discussão em grupo, painéis, simpósios, dinâmicas de grupo, dramatização, estudo de casos etc.
3) Identifique o foco de interesse da aula
Seus alunos têm interesse no conteúdo da aula? Em que tipo de matéria eles têm interesse? Você costuma variar seus métodos?

No trabalho com adolescentes, os conteúdos da aula merecem atenção especial. Refletem eles a necessidade e o interesse do aluno? É a partir desse foco que será realizado o contexto, ou situação estímulo, para que se processe a aprendizagem. Muitas vezes, a comunicação não se efetiva devido à ausência de um foco de interesse. O professor fala, e os alunos fazem ou pensam outra coisa.

4) Inclua projetos em sua prática de ensino
No trabalho com projetos o próprio aluno constrói o conhecimento. O professor apenas propõe situações de ensino baseadas nas descobertas espontâneas e significativas dos alunos.
Com o trabalho de projetos, aprender deixa de ser um simples ato de memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos.
Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada.

5) Proponha-lhes atividades extraclasse
Os adolescentes gostam de realizar trabalhos que exijam versatilidade, criatividade e ação. Portanto, programe visitas a instituições culturais, museus, bibliotecas; planeje excursões, aulas ao ar livre, encontros durante a semana; envolva-os em projetos sociais, evangelismo, enfim, faça todo o esforço possível para também ensinar-lhes "à beira da estrada", ou seja, fora do ambiente de sala de aula.

As atividades extraclasse são imprescindíveis pelas seguintes razões:
a) A exigüidade do tempo em classe.
b) Os adolescentes necessitam de orientação individual.
c) A vida é o nosso laboratório.

6) Domine a arte de ouvir
O professor de adolescentes necessita ouvi-los com interesse e atenção. A audição inteligente é facilitada quando atentamos para a fisionomia e para a gesticulação de quem fala.
Um dos maiores problemas de comunicação, tanto a de massa como a interpessoal, é como o receptor capta uma mensagem. Raríssimas são as pessoas que procuram ouvir exatamente o que a outra está dizendo.
Ouvir depende de concentração. Ouvir é perceber através do sentido da audição. Escutar significa dirigir a atenção para ouvir. Ouvir, portanto, é muito raro. É necessário limpar a mente de todos os ruídos e interferências do próprio pensamento durante a fala alheia. Ouvir, implica uma atenção irrestrita ao outro. Daí a dificuldade de as pessoas com raciocínio rápido efetivamente ouvirem. Sua inteligência em funcionamento, seu hábito de pensar, avaliar, julgar e analisar tudo, interferem como um ruído, na plena recepção daquilo que lhe está sendo falado.

Planeje a utilização dos recursos didáticos
1. Utilize recursos didáticos adequados aos adolescentes
Use e abuse dos auxílios didáticos visuais e audiovisuais e das ilustrações, tais como: desenhos, gravuras, pinturas, fotografias, figuras significativas, recortes de revistas, jornais e livros, cartazes, gráficos, infográficos, mapas, organogramas, materiais tridimensionais (objetos, maquetas, simulacros, dioramas, modelos...), filmes bíblicos, slides, transparências, quadro-de-giz etc.
2. Selecione e analise os recursos que serão utilizados em cada aula
Tenha sempre em vista os objetivos a serem atingidos, considerando que nenhum recurso pode ser utilizado sem o estudo cuidadoso do momento adequado de sua aplicação.
Questione: O recurso que pretendo usar é eficiente? Contribui para atingir o objetivo visado? O que ficará na mente do meu aluno? O objeto? A imagem? A mensagem?
3. Estabeleça uma ordem de prioridade e relacionamento entre os recursos.
Evite que eles se transformem em um mero mostruário, desvinculados dos objetivos reais da aprendizagem.
4. Aproveite todas as possibilidades didáticas dos recursos, apresentando-os de maneira clara, simples e acessível.

Propicie ao aluno, através dos recursos, condições para que desenvolva sua capacidade de compreensão, interpretação e aplicação, evitando assim , símbolos confusos.

Avalie seus alunos e sua prática docente
Escolha os instrumentos de avaliação apropriados para os adolescentes. Não é conveniente propor aos alunos apenas questões que avaliem se eles memorizaram ou não alguns conceitos ou definições. O ideal é que manifestem comportamentos que demonstrem claramente sua aprendizagem. "A eficiência de nosso ensino não se avalia com base naquilo que o professor faz, mas no que o aluno faz, em decorrência de nossa prática didática" (Howard Hendricks).

Autor: Pr. Marcos Tuler, Pedagogo, Bacharel em Teologia, Pós-graduado em Docência Superior, Psicopedagogia (cursando), Membro da Casa de Letras Emílio Conde, Professor universitário, escritor, comentarista das lições de Adolescentes e Juvenis da CPAD, conferencista, articulista.
Weblog:
http://www.prmarcostuler.blogspot.com/
E-mail:
marcos.tuler@cpad.com.br
Fonte: Dicas para o professor. LBM Mestre - 2 Trimestre 2010 - CPAD.

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